sexta-feira, 23 de outubro de 2009

oficina 1-unidade 2

A norma culta não é melhor do que os outros dialetos: estes cumprem sua função no meio em que são usados. A necessidade de aprender e dominar a norma culta, é ter mais opções de uso da língua nos diversos momentos e ambientes. Não deve ser discriminado quem apresentar um comportamento linguístico diferente.
Foi trabalhado no "Avançando na prática" o texto de Ziraldo em que abordou do divórcio vivenciada por diversos alunos, e a partir dos questionamentos, interpretaram o texto e interagiram bem ao tema proposto. Perceberam que foi usada a norma culta, comparados a outros textos das variações linguístcas, mas que todos tem valor de comunicação.

Ignorância poética...

Em meio aonde o rebuscado não se dá.

O popular não se contenta,

Insiste em falar ou tentar falar.

Se integrar ao culto que o rico inventa.

Também pudera,

Quando fala o que sabe,

O outro galhofa, diz que é errado.

É o tal preconceito da língua,

Que separa, segrega.

A dita norma culta,

Que nos ensinam na escola,

Mais parece norma oculta.

Pois quem sabe sua forma?

Falar bonito é falar certo?

Então acabe-se a dialética,

Está instaurada em nossa língua

A ignorância poética!

E para os cultos que nos criticam,

E por cultura vêm julgar,

Pelo menos respeitem a licença,

A liberdade que a poesia nos dá.

Sintam-se à vontade, sejam os primeiros,

Mas antes que nos julguem já digo,

Vós falais o Português,

Mas eu falo é "Brasilêro"

Alguns traços fonéticos dos dialetos mineiros ou montanhês


O dialeto mineiro apresenta as seguintes particularidades fonéticas:

  • Apócope das vogais curtas: parte é pronunciado part' (com o "t" levemente sibilado).
  • Assimilação de vogais consecutivas: o urubu passa a ser u rubu.
  • Apócope do "d" nos gerúndios: chovendo passa a ser chuvenu. Tomate passa ser tumat' (com o "t" levemente sibilado).
  • Somente o artigo é flexionado no plural, à semelhança do caipira: os livros é dito us livru. Meus filhos se pronuncia meus filhu.
  • Permutação de "e" em "i" e de "o" em "u" quando são vogais curtas
  • Contração freqüente de locuções: abra as asas passa a ser abrazaza.
  • Alguns ditongos passam a ser vogais longas: fio converte-se em fii, pouco é dito poco.
  • Algumas sílabas são fundidas em outras. -lho passa a ser i (filho ==> fii), -inho converte-se em -inh (pinho ==> pinh).
  • "r" é pronunciado como uma consoante aspirada: rato.
  • Sonorização do "s" final antes de vogal.
  • Aférese do "e" em palavras iniciadas por "es": esporte torna-se sportchi.

A letra R no final das sílabas também possui uma sonorização única quase imperceptível, apesar de que nas maiores cidades é um pouco similar ao R aspirado pronunciado no Rio de Janeiro, Norte e Nordeste do país. Já nas proximidades da divisa com o estado de São Paulo o R (no final das sílabas) sofre a influência do interior de São Paulo.

Muitas palavras costumam ser representadas no plural de uma forma muito especial. O "S" no início da palavra (representados por S ou Z) e não no final como é comum em vários idiomas. Exemplos:

  • Quét' s'criança! (Mãe pedindo às crianças que se calem).
  • Conta Z'óra? (Alguem perguntando quantas horas são).
  • S'trudia (Advérbio de tempo: "há alguns dias atrás").
  • A s'fruta 'tão 'pudrecen tud' (Todas as frutas estão apodrecendo).

Historicamente se nota claramente que a presença do S ou Z no início da palavra é causada pela junção do artigo no plural com o substantivo que com o passar do tempo soltou-se do artigo e juntou-se ao substantivo.


Português padrãoDialeto mineiro ou montanhês
Você comprou as roupas que eu lhe pedi? comprô as ropa qu'eu tch pidji?
Quantos anos você tem?Quan zan ' tem?
O que é que ela falou?Que qu'ela falô?
Eu vou à praça com você.Eu na práss c'ocê.
Ele comprou aqueles cadernos para vocêEi' comprô aquês cadern pr'ôcê.
Eu estou ajudando-a a carregar as malas.Eu ajudãn ela carregá as mala.
Eu gosto de você.Gós d'ôcê.
Eu sou de Belo Horizonte.Eu de Belurizontch.
Quem é você?Quem 'qu'é ocê?.
Que horas são?Conta zora?
Sábado Passado...Sá'passad'.
Você é daqui mesmo?Cê'dakimês???

tp1- dialetos


“Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem soubé falá, sabi iscrevê.”

Jô Soares, revista veja, 28 de novembro de 1990

tp1- unidades 1 e 2



Otimismo

Corrida dos Sapinhos


Era uma vez uma corrida de sapinhos.

Eles tinham que subir uma grande torre e, atrás havia uma multidão, muita gente que vibrava com eles.

Começou a competição.

A multidão dizia:

Não vão conseguir, não vão conseguir!

Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que

continuava subindo.

E a multidão continuava a aclamar:

Vocês não vão conseguir, vocês não vão conseguir

E os sapinhos iam desistindo, menos um, que subia tranqüilo, sem esforços.

Ao final da competição, todos os sapinhos desistiram, menos aquele.

Todos queriam saber o que aconteceu, e quando foram perguntar ao sapinho como ele conseguiu chegar até o fim, descobriram que ele era SURDO.

Quando a gente quer fazer alguma coisa que precise de coragem não deve escutar as pessoas que falam que você não vai conseguir.

Seja surdo aos apelos negativos.


Causo mineiro




Um mineirinho do norte de Minas vai para São Paulo para tentar melhorar de vida. Ele tinha segundo grau, mas era uma pessoa muito humilde e educada apesar da simplicidade. Juntou toda a economia e partiu para São Paulo, chegando lá encontrou uma pensão bem econômica e iniciou a procura por um trabalho e passado uma semana e nada de conseguir.
O mineiro fez as contas e decidiu que não podia continuar na pensão, ou voltava para casa ou arranjava um local para ficar.
Veio então a idéia de morar debaixo de um viaduto com acesso fácil para várias estações de metrô. Fez um barraco de madeirite reciclado e conseguiu algo para cobrir e resolveu seu problema de moradia. A anoitecer ele teve vontade de satisfazer suas necessidades fisiológicas e lembrou que não tinha local adequado para um banheiro e resolveu comprar um pinico.
Chegando numa loja pediu ao vendedor:
- Eu quero um trem daquele!
O vendedor respondeu que não tinha trem e indicou onde era a estação.
O mineiro ficou irado e mostrou que queria aquele negócio e o paulista novamente disse que não tinha apesar do mineiro estar visualizando o mesmo.
O mineiro sem perder a calma subiu numa cadeira e pegou o pinico e falou que era aquilo. O paulista imediatamente falou que o nome daquilo era mineiro, ao que o mineiro disse que queria dois para encher de paulista.

tp6- unidades 23 e 24

Nestas duas últimas unidades estudadas pelas cursistas foi muito proveitoso, pois serviu para confirmar algumas práticas já desempenhadas por elas. Na seção 1 da unidade 23, que abordou sobre "a revisão" tivemos a oportunidade de expor para os alunos que o texto precisa ser construído pensando no leitor do mesmo e que, por isso é necessário estar revisando antes da conclusão. O texto não pode ser escrito sem a releitura, para que o processo de coerência e coesão seja minuciosamente focado.

Ao revisar um texto o autor deverá se distanciar do próprio texto para tomar decisões sobre a audiência do mesmo, e sempre avaliando se o que está escrito está claro, se está se sentindo realizado com o que escreveu, a partir daí parte então para a edição que envolve alguns ajustes finais visando à acuidade: coesão e coerência, pontuação, ortografia, etc.

Na unidade 24 Literatura para adolescentes, após o trabalho desempenhado diretamente com os adolescentes as professoras cursistas chegaram a seguinte conclusão: os adolescentes não tem o hábito da leitura, o que leem são textos bem sucintos com muitas gravuras, com cores fortes e bem definidas. Se interessam pelas obras que abordam seus conflitos, angústias típicas desse momento de crescimento, aventuras, heroísmos, violência, injustiça social , preconceitos, humor